Debate da Band é o primeiro encontro entre Nunes e Boulos no segundo turno; ao final do bloco, candidatos chegaram a se abraçar em meio a embate
Após um primeiro bloco dominado pelo mais recente apagão na rede elétrica em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) debateram temas diversos no segundo bloco do primeiro debate entre os dois no segundo turno, nesta segunda-feira (14).
O debate foi promovido pelo Grupo Bandeirantes. No segundo bloco, quatro jornalistas fizeram perguntas a Nunes e Boulos intercaladamente. Para a resposta e a réplica, cada um teve um total de 3 minutos para uso. Já para o comentário, o oponente teve 1 minuto.
Boulos responde sobre população de rua
Boulos disse que a experiência como líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) o ajudará a lidar com a população em situação de rua na capital paulista.
“Faremos o maior programa de moradia da cidade de São Paulo, e criando a porta de saída para o acolhimento: a geração de trabalho, qualificando as pessoas na rua para serviços de limpeza e até de poda de árvore, que está faltando na cidade”, afirmou, cutucando Nunes.
Nunes, em comentário, afirmou que aumentou o número de vagas de acolhimento pela prefeitura para 29,4 mil e disse que continuará abrindo Vilas Reencontro, que consistem em moradias transitórias para pessoas em situação de rua.
Boulos, por sua vez, questionou a eficiência da gestão de Nunes para lidar com o tema. “Você (eleitor) acha que a população de rua aumentou ou diminuiu em São Paulo? Ande na rua, olhe”, disse.
Nunes responde sobre segurança
Perguntado sobre a operação policial que fechou hotéis utilizados pelo tráfico de drogas no centro da capital, Nunes destacou a parceria da prefeitura com o governo do estado, gerido pelo aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Essa ação foi muito importante: do Ministério Público, do governo do estado e da Prefeitura de São Paulo. Aqui, é tolerância zero com o crime organizado”, afirmou.
Boulos, em seu comentário, fez uma pergunta retórica ao eleitor — “você se sente seguro com o celular na mão?” —, destacou o apoio que recebeu do candidato derrotado Datena (PSDB) – jornalista, também é âncora de um programa policial na Band – e falou em aumentar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM)
Já Nunes, em sua tréplica, relembrou que Boulos já defendeu a desmilitarização da Polícia Militar e a legalização de drogas. “A gente precisa colocar isso muito claro: eu sou contra a liberação de drogas e sou a favor de uma polícia bem armada”, acrescentou.
Boulos responde sobre trabalhadores de apps
Perguntado sobre a viabilidade e efetividade da medida, o candidato do PSOL reforçou que vai liberar os carros a serviço de aplicativos de transporte do rodízio de veículos na capital paulista.
“Agora, é lógico: nós vamos ter critérios. Já conversei com vários trabalhadores de aplicativo para poder definir. Não é alguém que trabalha de Uber eventualmente. O próprio aplicativo dá esse feedback de quanto ele anda”, afirmou.
Em comentário, Nunes disse que Boulos entrou no “modo desespero” devido às últimas pesquisas e destacou dados sobre investimentos de empresas em São Paulo.
Já Boulos, em tréplica, afirmou que Nunes mostra que um prefeito pode ser “fraco e arrogante” ao mesmo tempo. “Se ele não está preocupado com você, motorista de Uber, taxista e motoboy, eu estou. E pode anotar e me cobrar depois, pois eu vou fazer”, disse.
Nunes responde sobre transporte público
Na última pergunta, Nunes foi questionado sobre o que pretende fazer para diminuir o tempo de deslocamento no transporte público na capital. Em resposta, destacou obras da prefeitura.
“O BRT Radial Leste, eu já dei início. Já estou com a obra da Ponte Pirituba-Lapa em andamento, e a extensão da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães. Retomamos a obra do Túnel Sena Madureira…”, listou, entre outras ações.
Boulos, em comentário, criticou a gestão do mandatário. “O Nunes sempre está fazendo. E por que já não fez?”, indagou.
Nunes, em tréplica, respondeu a uma provocação feita por Boulos no primeiro bloco, disse que seu sigilo bancário “já é aberto” e chegou a cumprimentar e a abraçar o candidato, fora do púlpito. “Você não vai me intimidar. Eu vim da periferia do Parque Santo Antônio”, afirmou.