Ataque tem noite inspirada e contrasta com a defesa; conjunto faz a diferença para o Verdão seguir firme na luta por feito inédito em sua história
Se a defesa não vai bem, o ataque está lá para resolver. A máxima resumiu o que foi o Palmeiras no último domingo, diante do Juventude, pelo Campeonato Brasileiro, em Caxias do Sul.
A vitória por 5 a 3 foi de extrema importância para as pretensões de título do Verdão, mas acima de tudo mostrou a resiliência de um time que promete não desistir de conquistar o tricampeonato, inédito para o clube.
A vitória parecia que seria tranquila, com Estêvão naqueles dias inspirados. Logo aos 21 minutos, ele abriu o placar após um belo passe de Felipe Anderson. A liberdade que ele tinha pelo lado direito dava impressões que logo sairia outro.
Mas o que o ataque palmeirense e os torcedores não esperavam era um sistema defensivo completamente irreconhecível na noite de domingo. O conjunto teve que aparecer mais do que nunca.
Isso porque aos 34 minutos o Juventude empatou após cobrança de escanteio. O que parecia controlado se tornou preocupação. Aos 43 minutos, porém, Veiga apareceu na entrada da área após receber passe de Estêvão e desempatou.
A vantagem no segundo tempo durou apenas três minutos. Em cobrança de escanteio o time de Caxias do Sul aproveitou novo vacilo da defesa para empatar.
Veiga, dois minutos depois, surgiu outra vez para colocar o Verdão à frente. E quando as coisas pareciam que iam se acalmar de vez, aos 17 minutos, com gol de Richard Ríos, a defesa vacilou. Agora uma falha individual de Mayke.
Aos 21 minutos, o lateral-direito sofreu um drible desconcertante de Edson Carioca, que ajeitou e fuzilou para fazer o terceiro. Foi neste momento que o velho mantra “cabeça fria e coração quente” teve que aparecer.
Percebendo que o sistema defensivo não vivia uma grande noite, Abel Ferreira passou a povoar o meio de campo e a entrada da área do Palmeiras. O zagueiro Naves e os volantes Fabinho e Zé Rafael foram acionados.
O Verdão sofreu muito menos e conseguiu controlar mais a partida. Com mais controle das ações, bastava um contra-ataque para matar o confronto e levar na bagagem os três pontos tão preciosos de um jogo em que tudo podia acontecer.
E ele veio aos 44 minutos. Vanderlan recebeu na esquerda, foi levando e encontrou um passe para Raphael Veiga. O meia dominou e finalizou no canto para fazer o seu terceiro na partida e o gol 99 com a camisa do Palmeiras.
O torcedor podia respirar aliviado. E pôde comemorar o fato de ver uma equipe que não vai desistir de brigar pelo tricampeonato até a última rodada.
Agora só restam oito finais para serem disputadas, e as próximas duas serão páreos dificílimos, em que o elenco terá que provar mais uma vez que está pronto para levantar mais um troféu.
O primeiro desafio será contra o Fortaleza, dentro de casa, e depois o Corinthians, em Itaquera. Não é uma missão simples, mas que esse Palmeiras já demonstrou que é muito possível.
